25 de janeiro de 2008

I am Sam

Ontem vi o filme I am Sam na aula de Psicologia.

Na verdade, ainda não vimos o filme até ao fim, mas não posso deixar de escrever sobre ele porque me tocou imenso (apesar de ter sido a segunda vez que o vi, a minha memória de filmes e livros é um desastre!) e porque as interpretações de Sean Penn e Dakota Fanning, entre outros, são fantásticas.

É uma história, no mínimo, comovente, que se passa ao som do grupo musical preferido de Sam (Sean Penn), The Beatles. A sua filha não se chama Lucy por acaso. Aliás, o seu nome é Lucy Diamond - tal como «Lucy in the Sky with Diamonds».

Sinceramente, não tenho a intenção de contar a história. O filme fala por si.

Aqui estão duas das minhas passagens preferidas:



Lucy: Daddy, did God made for you to be like this or was it an accident?

Sam: Ok, what do you mean?

Lucy: I mean you're different.

Sam: But what do you mean?

Lucy: You're not like other daddies.

Sam: I'm sorry. I'm sorry. Yeah, I'm sorry.

Lucy: It's ok, daddy. It's ok. Don't be sorry. I'm lucky. Nobody else's daddy ever comes to the park.

Sam: Yeah! Yeah! Yeah, we are lucky. Aren't we lucky? Yeah!



~



Rita: Can you grasp the concept of manipulating the truth... not lying, just a little tweak here and there?

Sam: [thinks for a few seconds] No.




I am Sam mostra-nos como a vida pode ser simples e feliz sem tanto materialismo, sem a ambição e o stress desnecessário do dia-a-dia. Este é um filme que, acima de tudo, nos faz reflectir sobre a importância do amor entre pais e filhos - que está para além do dinheiro, da inteligência, da diferença.

20 de janeiro de 2008

Welcome to existence!

Fujo daquilo que me atormenta, sofro pelo medo que tenho de sofrer. Sem coragem para arriscar, sofro também porque podia tê-lo feito e não fiz. Estou em constante fuga, a todo o momento tento esconder-me daquilo que não consigo olhar de frente.


O pior é arrepender-me do que não fiz... E saber que não o fiz por medo e insegurança desnecessários.


Sofrer é inevitável - de nada serve fugir àquilo que nos faz crescer e nos fortalece. Afinal, é impossível que nos mantenhamos protegidos e intocáveis no nosso pequeno e limitado mundo. A minha imaginação, por muito fértil que seja, nunca substituirá uma palavra sincera a um amigo ou a sensação de que fiz tudo o que pude para conseguir algo.


Enquanto penso duas vezes se digo isto ou aquilo, se faço ou não, se errei, a vida passa e as oportunidades vão-se, as palavras ficam retidas e forma-se um gigantesco nó na garganta.


Viver "pela metade", resistindo aos meus sentimentos e defendendo-me dos outros como uma frágil peça de decoração não me traz a mínima felicidade. Sei que sou eu mesma a colocar entre mim e os outros, entre o meu corpo e o mundo, esta barreira que nem eu nem eles conseguem transpor totalmente. Por estar consciente das restrições que coloco ao que sinto, digo, sem pensar duas vezes, que há que mudar. Estarei finalmente a permitir-me ser feliz?







« Welcome to the planet

Welcome to existence

Everyone's here

Everybody's watching you now

Everybody waits for you now

What happens next?

I dare you to move

I dare you to lift yourself up off the floor

I dare you to move

Like today never happened

Today never happened before (...) »



I Dare You to Move,

Switchfoot

15 de janeiro de 2008



"Always reach for the moon, cause even if you miss you'll land among the stars."

Les Brown

Com um pé na terra e outro no céu.
É assim que gosto de viver, entre o real e o imaginário, entre a máscara social e a obscura autenticidade de uma sonhadora. Para o bem e para o mal, sem tirar nem pôr, assim sou e provavelmente nunca mudarei…
Talvez o sonho seja uma das coisas mais importantes na nossa vida. Talvez o sonho nos mova para agirmos conforme o que imaginamos ser ideal para nós próprios. Talvez esse seja um ideal inalcançável...

Sem esperar atingir a Lua, podemos atirar-nos às estrelas, e nessa altura talvez possamos ter a sensação inexplicável de que fomos quase perfeitos, do quão perto estivemos de tocá-la. De facto, esse é o máximo que podemos alcançar - como vêem, tenho um pé sempre assente cá em baixo.
Porque não hei-de fazer pontaria para a Lua e ter a oportunidade de estar a um passo dela? E porque não realizar todos os cálculos astronómicos possíveis para estar a um dedo dela, e contemplá-la no seu esplendor de "fruto proibido"?

Por agora, apenas coloco um dedo à frente do nariz e fecho um olho, para que esse círculo branco se aproxime de mim sem sair do lugar onde pertence.

Não vou esperar que o Peter Pan entre pela minha janela e me leve a flutuar pelo céu, mas aqui onde estou, procurarei ser o que posso, e ser o que quero.

12 de janeiro de 2008

Maravilhoso Tormento


Lovers in the Lilacs,
Marc Chagall








Quero-O... quero aquele sentimento maior que nos arrebata, que nos consome.





Anseio por aqueles dias em que sorrio constantemente sem aparente razão para tal, porque simplesmente O sinto.



Desejo a obsessão que é sentir Aquilo por alguém, esse alguém que é todo o meu universo, tudo o que vejo e sou e quero ao meu lado.



Senti-l'O é tudo o que nos preenche: é a pincelada que não completa o quadro, mas que o torna uma obra-prima imperfeita. A imperfeição desse mesmo quadro - ou sentimento - é o que faz dos Seus pequenos traços algo inesquecível, inexplicável, um maravilhoso tormento.


Mas talvez senti-l'O seja algo demasiado grandioso para mim...

10 de janeiro de 2008




~Passing Stranger~

See the sign up ahead, it calls out your name
It's a meaningful sign but it makes no sense
They saw you pass on through with only one shoe
And mystified mind with an angel for a guide

There's a destiny song that's meant for me
But I'm weary of the soles of my innocent feet
Like a single site you know it's all you've got
So be sure to aim true with your eyes on full view

There's nobody you can accuse
The mirror reflects upon truth and from inside I feel bruised
The mask that I wear is unsure
Unable to find a known cure so I hide forever more

I'm a passing stranger with a name I can't remember
I am going blind from the dust in my eyes
But the ground back home seems so far away
And I'm coughing up my lungs, but I know I've gotta stay

I'm moving slow with nowere to go
I stumble on a sign "One Mile to Dine"
It takes a little time and I'm barely alive
But I make it nonetheless with a shortage of breath

The coffee you poured me is cold
The paper I'm reading is old
And that smile is not your own

The clothes that I wear are soaked through
I'm all out of luck for you
And there's a million things I can't do
Can't do, can't do

Something strangely familiar about the way I am
I'm sitting next to the man with the unsteady hands
He says, "How are you, son, where you been all week?"
I recognize his voice even in my sleep

Lord only know is what I got up to
Maybe it's best for me if I just found my shoes
And confirm my suspicions for heaven's sake
And pick up my trail from my front gate

There's nobody you can accuse
The mirror portrays a bold truth
And from inside it's what you do

Start digging around and you'll find
Missing for years your own life
You're better off trying not to hide
Not to hide, trying not to hide.

Scott Matthews

7 de janeiro de 2008

"Rio das Flores"

Acabei de ler este fascinante romance histórico, que reflecte sobre percurso de vida escolhido por cada um, numa época de inevitável mudança, no entanto sufocada por um regime retrógrado e inconsciente da importância da liberdade.
Dois irmãos que nascem em Portugal amam-se profundamente, acabando afinal por seguir caminhos opostos, por acreditar em valores antagónicos.
Por um lado, um vive para a terra onde nasceu e aprendeu a amar as tradições, sobrepondo à liberdade a ordem e disciplina. Já outro nasce com uma inquietação constante que o leva a querer mudar tudo à sua volta, trocando pela sua pátria a terra onde encontrou o conforto da liberdade - o ar que respira.
No fundo, cada um destes irmãos procura, à sua maneira, um caminho para a felicidade, segundo os seus valores e prioridades. No fundo, nenhum deles é perfeito e nenhum deles pode ser julgado pela procura do seu horizonte, nem sempre com as melhores escolhas pelo caminho. Pode apenas dizer-se que, por terem lutado por aquilo em que acreditavam, sem se acomodarem ao conforto da sua classe social, puderam alcançar uma felicidade tranquila e genuína.

Penso que não importa saber porque duas pessoas com a mesma educação nascem com ideais tão diferentes. E será útil tentar encontrar razões para a existência de pessoas à nossa volta que são tão diferentes de nós na forma como pensam? Sim, por vezes, certos pontos de vista são para alguns inaceitáveis e para outros um ideal de vida.
Mas não será mais importante que cada um defenda aquilo a que dá mais valor - seja o amor, o trabalho, a família ou uma ideologia -, sem se afundar no desânimo nem deixar de aprender para alcançar os seus sonhos?
Quanto àqueles que, por motivos inexplicáveis, optam por fechar os olhos à sua própria humanidade e reprimir os que pensam de uma forma diferente, só posso concluir que estão irremediavelmente desligados do tempo e espaço em que vivem.

Vamos deixar voar aqueles que querem o céu?

When she's down and troubled and she needs a helping hand...

She feels lost in her own feet.

She cares about her friends,
and hopes that they don't forget who she is...
But some of them just keep disapointing her.

Some old friends, once "friends for life",
are now like passing strangers,
and worse, some of them are acting like her enemies - "Enemies??"

She thought she would never have to use that word...
She fears that this frightening word, Enemy,
might be, one day, part of her daily vocabulary,
And she trembles with that awful feeling.

The main question in this tricky matter is:
This girl just wants to be happy,
enjoying every moment with the people she loves,
to cherish and hold on tight to one second of laughter
with someone who loves her.

In her mind and her own fantasy world,
this is the beautiful simplicity of friendship...
And who are they to take away her dreams?
Who are they to destroy this (utopic?) need
to feel safe and secure with them,
to be sure
that she's never going to be let down
by someone she cared about so much?

The one thing that is sure for her
is that not everyone of them are gone.
Some people, that unexpectedly she ended up loving so much
are still there, not always, not in presence.
But when they're there, they're hers and hers only.

And she smiles because she knows they're watching her, wherever they are.

=)

5 de janeiro de 2008

Painting



"Composição n. 218", 1919
Wassily Kandinsky (1866-1944)



Para Kandinsky, as "Composições" eram o expoente máximo da pintura, por reunirem elementos tanto das "Impressões" como das "Improvisações", as outras duas categorias que este pintor atribuiu às suas obras a partir de um dado momento da sua carreira.
As Composições representavam para Kandinsky o culminar da sua visão artística, tal como as sinfonias para um compositor. Segundo ele, uma pintura era considerada uma Abstracção desde que tivesse "alma". A função suprema da Arte deveria ser a expressão do Divino, e esta ideia poderia ser melhor representada quando a "forma" se separasse da "matéria".

Tal como eu, Kandinsky era fascinado pela cor, e para além da sua obra artística, admiro-o como grande teórico da arte que foi. A relação que encontrou entre a pintura e a música é tão simples e tão verdadeira:

«a cor é o teclado, os olhos é o martelo, a alma é o piano com as cordas.»

3 de janeiro de 2008

Talvez não valha a pena!

Conclusão do dia: não sei lidar com conflitos.
Não sei... e pronto.
Sei que devia saber como fazê-lo, mas não sei e nunca soube. Sempre me deu "dores de barriga" quando discuti com alguém, e sempre tentei evitá-lo ao máximo. Por vezes, de tanto tentar evitar o confronto com alguém com quem tinha problemas, ainda tornava tudo mais difícil e doloroso.
Provavelmente ninguém compreende como é que isto pode a acontecer a alguém que já tem 17 anos e de cada vez que quer dizer o que sente e o que acha estar certo ou errado pensa milhões de vezes na melhor maneira de o fazer... Na verdade, nem eu mesma percebo tudo isto e às vezes até desejava poder dizer "Vai à merda", só de vez em quando.
Porque a dor de despejar toda a frustração e raiva do momento no outro é com certeza menor do que a dor de tentar colocar tudo numa gaveta até que já não se aguenta toda a carga acumulada. Oh, se é muito mais fácil e saudável...
Enfim, peço desculpa por não gostar de conflitos, de rivalidades, de intrigas, de boatos, de infantilidades, de amuos, de discussões, etc, etc, etc. E reconheço que por vezes estas coisas permitem que estejamos mais preparados para a competição exacerbada que teremos de enfrentar dentro de pouco tempo. bah, só esta expressão dá-me voltas ao estômago.
Talvez até toda a vida seja um conflito permanente e uma montanha-russa de obstáculos que nem sempre podemos ultrapassar sem algumas feridas.
Essa deve ser uma das aprendizagens mais importantes que terei de fazer. Talvez não valha a pena exterminar uma data de neurónios para tentar evitar uma discussão, e engolir, e remoer tudo aqui dentro, até ser atacada sem razão aparente. Talvez não valha a pena tanto martírio!
Life, oh life! turututu...

2 de janeiro de 2008

Os dias cinzentos têm destas coisas...

(1 de Janeiro)

Dias como este despertam em mim algumas mágoas que pareciam já não existir. O tempo lá fora, estranho, envolve-me e eu fico assim... sensível, triste, esquisita.
Quando tomo coragem e vou lá fora para fumar um cigarro, procuro proteger-me do vento forte que me despenteia os cabelos. Ao mesmo tempo, envolvida numa manta como num casulo, desejo que o vento leve com ele o meu desconforto, as minhas memórias, que parecem tão reais neste dia. E fecho os olhos, tentando que também a chuva contribua para alguma paz de espírito, para um mínimo de descanso mental.
Mas tal é impossível, porque não se podem mudar os dias cinzentos... e a esperança de que amanhã poderá ser um dia melhor, menos cinzento e mais caloroso, conforta-me um pouco.
É esperar por amanhã, talvez.


Isto que pensei lembra-me um excerto de uma música de Mafalda Veiga:
"A noite vem, às vezes, tão perdida
E quase nada parece bater certo
Há qualquer coisa em nós inquieta e ferida
E tudo o que era fundo fica perto.

Nem sempre o chao da alma é seguro
Nem sempre o tempo cura qualquer dor
E o sabor a fim do mar que vem do escuro
É tanta vezes o que resta do calor."

De vez em quando lá encontro um tesouro musical...



Shawn Mullins
You Mean Everything To Me


I've been on the road too long
And I've been stuck inside a song
And you know our love has been through rougher weather
But our passion's like a rose
The seasons tell it how it grows
And not much compares to the times we've shared together
'Cause love heals everything
We're no exception to the rule
You mean everything to me
So if there is anything at all
All you've got to do is call
And you know that I would
Drive 10,000 miles
Just to show you that I care
Just to kiss your honey hair
And pull you close and hold you like a child
Love heals everything
We're no exception to that rule
You mean everything
You mean everything
You mean everything to me