4 de maio de 2008

take this broken wings and learn to fly

espero que me leves daqui, relógio da vida, para que outros lugares preencham o vazio da monotonia de viver nesta gaiola.
leva-me daqui, tu que passas tão assustadoramente rápido, para que pelo menos outras caras passem a ser conhecidas, para que o meu espaço se alargue a uma liberdade de movimentos e de ser que nunca antes tive.

corre, se é o que tens a fazer, desde que daqui me leves para onde a rotina não existe, para onde a variedade de rostos e almas me deixe respirar e conhecer outros eus.

arrasta-me, ao teu ritmo vertiginoso, para onde não me julguem pelo que sou, para onde me aceitem mesmo que não vista ou seja do mais in do momento.

não páres, se esse é o teu papel, e assim terei coragem para enfrentar novos mundos e pessoas, esquecendo aquelas que nunca deveriam ter passado pela minha vida. Outras virão, certamente melhores que essas desilusões destruidoras da minha antiga ingenuidade e inocência feliz.

se o teu papel é de facto removeres de mim a inocência, então fá-lo de uma vez, porque de nada me serve se estou rodeada de maldade e conflitos e falsos amigos.

leva-me, porque quero deixar este local que já me cansa, as pessoas que já não me interessam e nada têm de novo ou de bom para dar - salvo raras excepções, pois sei quem me marcou e marcará para onde quer que vá.

se o que tens para dar são tempestades, se só me trarás intempéries, então que seja... porque é assim que dou o melhor de mim, é assim que poderei acreditar finalmente no que sou e no que posso vir a ser.

se de facto não voltas atrás, nem a tua velocidade abranda, deixa-te fluir. Envolve-me nos teus ventos de mudança, porque esses são sempre bons: com eles virá gente diferente e menos previsível, novas experiências e mais oportunidades de ser eu mesma.


Eu própria empurrarei as tuas engrenagens, se só com mudança posso ser feliz!

Sem comentários: