27 de fevereiro de 2008







« All I can do is be me.
Whoever that is. »
Bob Dylan









Muitos lutam por mascarar aquilo que são. Talvez nenhum de nós seja totalmente genuíno e autêntico, pois somos o resultado de uma interminável soma de factores e cada vez mais somos forçados a pertencer ou acreditar em algo mais amplo que nós.

Enquanto uns não conseguem evitar ser quem são, outros de tudo fazem para ocultar precisamente aquilo que faz deles seres únicos. Incluídos nestas categorias ou em nenhuma delas, encontram-se outros, cuja procura inacabada de si mesmos não permite sequer que entendam o seu próprio eu.

Desta procura, fazem parte as contradições de não se saber ainda quem se é em que se acredita. Experimentamos e erramos, mentimos a nós próprios e, a pouco e pouco, descobrimos "a nossa verdade". A partir daí, aceitar ou não essa verdade depende da relação que temos com ela, do sentimento que nutrimos por nós próprios.

Não podemos ignorar de onde vimos, independentemente de onde iremos. E fingir o que não somos? Até é possível, mas não sem sofrermos porque cada atitude que tomamos tem de ser infinitamente calculada e estudada. Quem consegue ser assim durante muito tempo?

Talvez não seja assim tão importante definirmos a nossa forma de ser. Será realmente relevante que coloquemos uma etiqueta na testa com uma qualidade ou defeito, uma idelogia ou grupo em que supostamente estamos incluídos? E se, ao assumir uma variedade de características que possuímos, nos indentificarmos com pessoas das mais variadas origens?
E se quisermos rotular-nos simplesmente com a palavra "EU", porque é ela que nos distingue de todos os outros e sintetiza toda a nossa essência?
Se é com esse eu que teremos de conviver durante uma vida inteira, porque não fazer de nós o melhor que pudermos?

1 comentário:

Anónimo disse...

e aquela estranha que há em nós, que nos leva a fazer o mal mesmo sabendo que está mal! nos leva a mentir mesmo sabendo que é feio, e que nos leva a fazer o não devido por ser proibido, e que ainda por cima nos faz sentir "bem" por estarmos a fazer algo que não devemos... detesto essa estranha...