2 de janeiro de 2008

Os dias cinzentos têm destas coisas...

(1 de Janeiro)

Dias como este despertam em mim algumas mágoas que pareciam já não existir. O tempo lá fora, estranho, envolve-me e eu fico assim... sensível, triste, esquisita.
Quando tomo coragem e vou lá fora para fumar um cigarro, procuro proteger-me do vento forte que me despenteia os cabelos. Ao mesmo tempo, envolvida numa manta como num casulo, desejo que o vento leve com ele o meu desconforto, as minhas memórias, que parecem tão reais neste dia. E fecho os olhos, tentando que também a chuva contribua para alguma paz de espírito, para um mínimo de descanso mental.
Mas tal é impossível, porque não se podem mudar os dias cinzentos... e a esperança de que amanhã poderá ser um dia melhor, menos cinzento e mais caloroso, conforta-me um pouco.
É esperar por amanhã, talvez.


Isto que pensei lembra-me um excerto de uma música de Mafalda Veiga:
"A noite vem, às vezes, tão perdida
E quase nada parece bater certo
Há qualquer coisa em nós inquieta e ferida
E tudo o que era fundo fica perto.

Nem sempre o chao da alma é seguro
Nem sempre o tempo cura qualquer dor
E o sabor a fim do mar que vem do escuro
É tanta vezes o que resta do calor."

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