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17 de maio de 2008

Sonho de um amanhã

Tudo isto é sufoco, e esta vida uma areia movediça da qual só me posso libertar agora. Pouco falta para poder rasgar o cenário deste teatro do ridículo e soltar-me da minha personagem da cordialidade, do “fingir-que-está-tudo-óptimo”. Afinal todo o enredo é absurdo, e a minha existência neste espaço já não tem sentido.

Não pertenço aqui, e talvez nunca tenha pertencido, talvez os momentos em que me senti parte integrante deste local foram apenas fruto da minha ingénua imaginação. Partilho com outras pessoas o nervosismo pela revolução que se vai dar nas nossas vidas, mas também a felicidade de ver, cada vez mais próximo, o fim das falsidades ridículas, dos conflitos fúteis, da infantilidade cruel de tantos a quem falo por obrigação.

Suspiro, sonhadoramente, com o pensamento sempre presente de que o final de tudo isto está perto. Este sentimento entranha-se no meu peito cansado - cansado do aqui e do agora. Só ele me tem mantido de queixo levantado, só ele me dá esperança e força para estes últimos tempos em que tenho de guardar muitas verdades duras e difíceis de ignorar.

Do presente já nada me atrai, do passado já vi que pouca coisa faz sentido. Preciso, sim, de um amanhã sem conhecidos forçados ou mesquinhices que finjo não ouvir; um amanhã em que me depare com o desconhecido fantástico e com a honestidade de quem nada precisa de esconder.

12 de março de 2008

Assim sou...


Agora, posso mudar o rumo da minha vida, e só eu tenho o poder decidir pela minha própria felicidade.
Agora, devo dizer o que quero, fazer tudo por uma existência mais completa.
Agora, eu, por mim, não devo esperar que os problemas se resolvam por si mesmos ou sejam os outros a tomar a iniciativa.

Lentamente, num caminho que antes não tinha coragem de seguir, é isso que tenho feito. O caminho que levava teria certamente como fim uma solidão angustiante.

E assim, os meus pés levam-me agora a outros locais, de luz, de honestidade para comigo. Faço-o por mim, sobretudo, porque a consciência do ridículo de ser como era me levou a agir, a decidir ser feliz...

ser feliz... com o que sou, e não com o que seria ideal -- para quê ficar presa a um ideal, a uma utopia inatingível de perfeição do ser?

Assim sou, e mudo apenas aquilo que me prejudica e apenas me atrapalha nesta caminhada. A metamorfose, decorrendo por necessidade e obrigação, é dolorosa, com alguns tropeções. As metas que surgem vão sendo cada vez mais difíceis de conquistar.


Passada esta meta, senti-me como nunca antes. É indescritível a sensação de ter feito algo que anteriormente me atormentaria ao ponto de me esconder num casulo só meu. Isto, tão insignificante à superfície, foi para mim um progresso em direcção a um sonho de estar tranquila comigo mesma, esse sonho que temia nunca superar.


Por isso foi tão fantástico senti-lo.
Por isso estou um pouco mais feliz com esta estranha pessoa que me calhou ser.
Assim sou.

7 de março de 2008

Estilhaço do que fomos


Resta, no chão, apenas um estilhaço daquilo que fomos.


Segundo aqueles que me rodeiam, devo aproveitar esse ínfimo pedaço de um todo quebrado. Eu própria o sei: devo lutar pelo que resta de nós, e já decidi fazê-lo.

(Quando?)


Independentemente das consequências do que farei, já nada tenho a perder. Tudo o que me resta é agarrar-me a esse fragmento de uma relação sufocada.


(Como?)


Quanto a esse estilhaço, por diminuto que seja, é para mim suficiente. Antes, nada era suficiente, e a presença corpórea era uma obsessão; agora, ela é insignificante, e apenas a compreensão mútua me permitirá lembrar com carinho o que fomos. Recuso-me a lembrar algo tão inesquecível com mágoa, tristeza, inquietação!


Não sei quando, como, com que coragem vou expressar por palavras o que tenho sentido, porque raramente o faço. Aliás, nunca o faço, se as nódoas negras que me deixam são profundas. No entanto, a facilidade que tenho de escondê-las dos outros é incomparável à dor da sua impregnação na minha pele, no meu ser.


E por isso vou obrigar-me -- de que maneira não sei, nem sei com que força -- a falar disto, a expressá-lo.



(Sim, sei que existimos. Algures, ainda existimos...)

6 de fevereiro de 2008

O fim de (mais) um ciclo?


Dantes, tudo era garantido. tudo seria, de certeza, eterno.


aprendi, depois, que nada era seguro, que em pouco tempo, muito poderia mudar. tornou-se assustador pensar que tanto se renova nuns meros meses: amizades, amores, sentimentos que queremos eternizar. planeamos o futuro como quem cegamente acredita nesses sentimentos, e depois... o vazio, o sentir-me perdida, o recomeçar de novo.

mas acabei por aceitar isto como algo natural, apesar de doloroso. afinal, todas as pessoas que foram e vieram me marcaram, e mesmo que agora não as considere como amigos, reconheço o quão foram importantes naquela altura, "naquele tempo". provavelmente, hoje nem faria sentido que fossem relevantes na minha vida.

rendo-me, então, a um ciclo: no início, experimento a felicidade de quem inocentemente acredita na palavra SEMPRE, gravo na memória todas as horas mágicas de um sentir efémero. no fim, revolto-me, porque a revolta de saber que acabou é inevitável. e a revolta tranforma-se em força, mais cedo ou mais tarde.


ergo a cabeça porque, como alguém me disse uma vez, se levantarmos a cabeça é meio caminho andado para que outros olhem para nós e possam entrar na nossa vida, no fundo, para que um novo ciclo se inicie. ironicamente, quem me disse isto é, agora, praticamente uma estranha para mim, mas guardo esta pessoa com tanto carinho que nenhum rancor persiste, nenhuma mágoa sobrevive. e seria inútil guardar tais sentimentos, porque o que aprendi com ela foi demasiado para me deixar levar por mágoas absurdas.


enfim, cada vez mais me adapto àqueles que vêm e aprendo a recordar com amizade os que já se foram. e aos que sinto irem-se embora aos poucos como o inverno suavemente se retira para a primavera, apenas posso esperar que me recordem com um sorriso nos lábios. porque de mim, só terão um sorriso para receber. mesmo se se der o fim... mesmo quando se der o fim.

15 de janeiro de 2008



"Always reach for the moon, cause even if you miss you'll land among the stars."

Les Brown

Com um pé na terra e outro no céu.
É assim que gosto de viver, entre o real e o imaginário, entre a máscara social e a obscura autenticidade de uma sonhadora. Para o bem e para o mal, sem tirar nem pôr, assim sou e provavelmente nunca mudarei…
Talvez o sonho seja uma das coisas mais importantes na nossa vida. Talvez o sonho nos mova para agirmos conforme o que imaginamos ser ideal para nós próprios. Talvez esse seja um ideal inalcançável...

Sem esperar atingir a Lua, podemos atirar-nos às estrelas, e nessa altura talvez possamos ter a sensação inexplicável de que fomos quase perfeitos, do quão perto estivemos de tocá-la. De facto, esse é o máximo que podemos alcançar - como vêem, tenho um pé sempre assente cá em baixo.
Porque não hei-de fazer pontaria para a Lua e ter a oportunidade de estar a um passo dela? E porque não realizar todos os cálculos astronómicos possíveis para estar a um dedo dela, e contemplá-la no seu esplendor de "fruto proibido"?

Por agora, apenas coloco um dedo à frente do nariz e fecho um olho, para que esse círculo branco se aproxime de mim sem sair do lugar onde pertence.

Não vou esperar que o Peter Pan entre pela minha janela e me leve a flutuar pelo céu, mas aqui onde estou, procurarei ser o que posso, e ser o que quero.

12 de janeiro de 2008

Maravilhoso Tormento


Lovers in the Lilacs,
Marc Chagall








Quero-O... quero aquele sentimento maior que nos arrebata, que nos consome.





Anseio por aqueles dias em que sorrio constantemente sem aparente razão para tal, porque simplesmente O sinto.



Desejo a obsessão que é sentir Aquilo por alguém, esse alguém que é todo o meu universo, tudo o que vejo e sou e quero ao meu lado.



Senti-l'O é tudo o que nos preenche: é a pincelada que não completa o quadro, mas que o torna uma obra-prima imperfeita. A imperfeição desse mesmo quadro - ou sentimento - é o que faz dos Seus pequenos traços algo inesquecível, inexplicável, um maravilhoso tormento.


Mas talvez senti-l'O seja algo demasiado grandioso para mim...

7 de janeiro de 2008

When she's down and troubled and she needs a helping hand...

She feels lost in her own feet.

She cares about her friends,
and hopes that they don't forget who she is...
But some of them just keep disapointing her.

Some old friends, once "friends for life",
are now like passing strangers,
and worse, some of them are acting like her enemies - "Enemies??"

She thought she would never have to use that word...
She fears that this frightening word, Enemy,
might be, one day, part of her daily vocabulary,
And she trembles with that awful feeling.

The main question in this tricky matter is:
This girl just wants to be happy,
enjoying every moment with the people she loves,
to cherish and hold on tight to one second of laughter
with someone who loves her.

In her mind and her own fantasy world,
this is the beautiful simplicity of friendship...
And who are they to take away her dreams?
Who are they to destroy this (utopic?) need
to feel safe and secure with them,
to be sure
that she's never going to be let down
by someone she cared about so much?

The one thing that is sure for her
is that not everyone of them are gone.
Some people, that unexpectedly she ended up loving so much
are still there, not always, not in presence.
But when they're there, they're hers and hers only.

And she smiles because she knows they're watching her, wherever they are.

=)

2 de janeiro de 2008

Os dias cinzentos têm destas coisas...

(1 de Janeiro)

Dias como este despertam em mim algumas mágoas que pareciam já não existir. O tempo lá fora, estranho, envolve-me e eu fico assim... sensível, triste, esquisita.
Quando tomo coragem e vou lá fora para fumar um cigarro, procuro proteger-me do vento forte que me despenteia os cabelos. Ao mesmo tempo, envolvida numa manta como num casulo, desejo que o vento leve com ele o meu desconforto, as minhas memórias, que parecem tão reais neste dia. E fecho os olhos, tentando que também a chuva contribua para alguma paz de espírito, para um mínimo de descanso mental.
Mas tal é impossível, porque não se podem mudar os dias cinzentos... e a esperança de que amanhã poderá ser um dia melhor, menos cinzento e mais caloroso, conforta-me um pouco.
É esperar por amanhã, talvez.


Isto que pensei lembra-me um excerto de uma música de Mafalda Veiga:
"A noite vem, às vezes, tão perdida
E quase nada parece bater certo
Há qualquer coisa em nós inquieta e ferida
E tudo o que era fundo fica perto.

Nem sempre o chao da alma é seguro
Nem sempre o tempo cura qualquer dor
E o sabor a fim do mar que vem do escuro
É tanta vezes o que resta do calor."