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7 de março de 2008

Estilhaço do que fomos


Resta, no chão, apenas um estilhaço daquilo que fomos.


Segundo aqueles que me rodeiam, devo aproveitar esse ínfimo pedaço de um todo quebrado. Eu própria o sei: devo lutar pelo que resta de nós, e já decidi fazê-lo.

(Quando?)


Independentemente das consequências do que farei, já nada tenho a perder. Tudo o que me resta é agarrar-me a esse fragmento de uma relação sufocada.


(Como?)


Quanto a esse estilhaço, por diminuto que seja, é para mim suficiente. Antes, nada era suficiente, e a presença corpórea era uma obsessão; agora, ela é insignificante, e apenas a compreensão mútua me permitirá lembrar com carinho o que fomos. Recuso-me a lembrar algo tão inesquecível com mágoa, tristeza, inquietação!


Não sei quando, como, com que coragem vou expressar por palavras o que tenho sentido, porque raramente o faço. Aliás, nunca o faço, se as nódoas negras que me deixam são profundas. No entanto, a facilidade que tenho de escondê-las dos outros é incomparável à dor da sua impregnação na minha pele, no meu ser.


E por isso vou obrigar-me -- de que maneira não sei, nem sei com que força -- a falar disto, a expressá-lo.



(Sim, sei que existimos. Algures, ainda existimos...)

1 de março de 2008

Hey, stranger : )


A minha vida reduzia-se a um círculo restrito, a um local limitado pela geografia e pela minha própria personalidade. A rotina era aceitável, e quem fazia parte dela dava-me o conforto da previsibilidade: com eles eu saía, eu passava horas sem fazer nada de especial, eu era feliz, nesse Presente. Sentia-me bem, numa pele que quase, quase era a minha.

De vez em quando, nas alturas em que nem eu nem tu estávamos embrenhadas no nosso quotidiano estável, quebrávamos essa rotina estando só nós duas, no nosso mundo. Quando assim era, eu sabia que estava na minha pele. O que eu dizia tinha importância, o que eu fazia não seria de forma nenhuma julgado ou ignorado. Naquele mundo, apercebíamo-nos de que só nós tínhamos aquela linguagem, aquelas piadas, aquelas confissões. E isso era tudo o que precisávamos.

Tu eras (és?), provavelmente, aquela que melhor compreendia o meu ser, aquela que falava comigo como se eu não tivesse defeitos, como se eu não fosse a pessoa complicada e estranha que realmente sou. Para mim, eras sem dúvida - e ainda o és, porque o que és não é mutável - a pessoa mais carinhosa, mais compreensiva, mais generosa que tive oportunidade de conhecer.

E, apesar da tua imensa generosidade, do teu contante abdicar de ti pelos outros que eu tanto admiro, de vez em quando também te ias mesmo abaixo. Nessas alturas, eu não sabia de ti - como não sei agora -, mas a tua ausência nunca foi completa. Sempre te senti comigo, como neste momento sinto, e quando voltavas a tua presença em corpo era reconfortante, era saber que ti eu ainda existia e que, para mim, ainda eras mais que uma memória inesquecível.

Aqui estou, numa dessas alturas em que não sei de ti, se estás bem ou mal, se precisas de mim ou nem por isso. Mantêm-me presa a ti as memórias de todos os momentos inesquecíveis, indescritíveis que passámos juntas, e aquilo que me escreveste há umas semanas: com isso, senti um novo ânimo, ganhei segurança com as tuas palavras, o aconchego de saber que ainda aí estás.

Mas como estás, realmente, amiga?
Espero que me ouças a esta distância que nunca nos separou.
Espero que saibas que sinto a tua falta.
E que te adoro.

20 de fevereiro de 2008

Hit the road.



Ela caminha sem destino, sem qualquer noção do ponto de chegada.
O único ponto de referência? - Apenas a dor aguda de saber o que já não tem.
Caminha, sem saber onde está ou como foi ali parar.


Há um tempo atrás, ficaria parada, imóvel, aterrada. Sem ninguém que a acompanhasse, ninguém que a compreendesse, de que valia andar sem rumo? De que serviria continuar a andar, se dar um simples passo era tão doloroso?


Com o passar dos dias, os seus sentidos despertaram, até que a luz de saber quem era iluminou aquela estrada.
E descobriu a delícia de caminhar, somente caminhar.


Todos os deambulantes desconhecidos que encontrasse, daí em diante, seriam bem-vindos a acompanhá-la. Porque não aceitar a mão mágica do destino, que a presenteava com estas amizades súbitas?


Inevitavelmente, alguns dias eram mais sombrios do que outros, e a dor daquelas ausências nunca cessou. Ainda persiste, viva na sua memória e marcada no caminho que ela percorre.
No entanto, os espaços vazios têm sido, a pouco e pouco, preenchidos com novas vidas, que são agora a resistência das suas pernas e o fôlego dos seus pulmões.
E à medida que caminham - ela e os que vão chegando e ficando -, vão experimentando o prazer de andar lado a lado, recordando o que já foi e o que poderá vir a ser.

14 de fevereiro de 2008

O mundo gira à minha volta e eu páro no tempo, tentando guardar comigo todas as gargalhadas, rostos, todas as pessoas que não quero que sejam efémeras, pelo menos na minha memória. Já o aceitei: os tempos mudam, as pessoas também. E eu mudo porque tudo muda, necessariamente, espontaneamente.
Sem ressentimentos, recordo, e prossigo neste filme em que as personagens se transformam, em que os protagonistas não permanecem, em que até mesmo os cenários se alteram. Deixei de querer parar naquela cena de que nunca me esquecerei. Deixei de estar agarrada ao botão pause. A história deste filme está apenas no início, e de nada vale pensar se o final será feliz ou não.
Agora, procuro absorver cada cena, cada diálogo, cada pormenor visual com o máximo de atenção, registando-os na minha mente, aproveitando a delícia de cada momento. As personagens, mesmo que actuem apenas por breves momentos, serão sempre importantes, sempre recordadas pela importância que tiveram nesta história. Quanto aos protagonistas, esses são os que fazem deste filme um clássico, participando nesta história com todo o seu amor, amizade e estabilidade.
Qual é a história que não tem mudanças, altos e baixos, momentos de alegrias, desgostos, encontros e perdas? Seja o final feliz, trágico ou até algo entre ambos, são estes momentos de emoções fortes que dão sabor à história. São eles que forçam cada personagem a adaptar-se às circunstâncias e a aprender a ser felizes, novamente, sem medos.
Mais uma cena. Respiro fundo, e play...

6 de fevereiro de 2008

O fim de (mais) um ciclo?


Dantes, tudo era garantido. tudo seria, de certeza, eterno.


aprendi, depois, que nada era seguro, que em pouco tempo, muito poderia mudar. tornou-se assustador pensar que tanto se renova nuns meros meses: amizades, amores, sentimentos que queremos eternizar. planeamos o futuro como quem cegamente acredita nesses sentimentos, e depois... o vazio, o sentir-me perdida, o recomeçar de novo.

mas acabei por aceitar isto como algo natural, apesar de doloroso. afinal, todas as pessoas que foram e vieram me marcaram, e mesmo que agora não as considere como amigos, reconheço o quão foram importantes naquela altura, "naquele tempo". provavelmente, hoje nem faria sentido que fossem relevantes na minha vida.

rendo-me, então, a um ciclo: no início, experimento a felicidade de quem inocentemente acredita na palavra SEMPRE, gravo na memória todas as horas mágicas de um sentir efémero. no fim, revolto-me, porque a revolta de saber que acabou é inevitável. e a revolta tranforma-se em força, mais cedo ou mais tarde.


ergo a cabeça porque, como alguém me disse uma vez, se levantarmos a cabeça é meio caminho andado para que outros olhem para nós e possam entrar na nossa vida, no fundo, para que um novo ciclo se inicie. ironicamente, quem me disse isto é, agora, praticamente uma estranha para mim, mas guardo esta pessoa com tanto carinho que nenhum rancor persiste, nenhuma mágoa sobrevive. e seria inútil guardar tais sentimentos, porque o que aprendi com ela foi demasiado para me deixar levar por mágoas absurdas.


enfim, cada vez mais me adapto àqueles que vêm e aprendo a recordar com amizade os que já se foram. e aos que sinto irem-se embora aos poucos como o inverno suavemente se retira para a primavera, apenas posso esperar que me recordem com um sorriso nos lábios. porque de mim, só terão um sorriso para receber. mesmo se se der o fim... mesmo quando se der o fim.

1 de fevereiro de 2008

Não quero ser «demais»...

Procuro.

Procuro um sentimento que me complete, uma felicidade que perdure e não apenas um riso fugaz.
Perco-me pelo caminho. Encontros e desencontros, desilusões e arrependimentos.

Uma e outra vez, preciso de sentir-me segura de que não estou a mais, de que é com eles que quero estar, de que eles se sentem bem comigo. Não preciso que mo digam. Apenas quero ser parte integrante de uma amizade sem segredos, sem o mau-estar de ser tratada como um anexo, como alguém inútil nas conversas mais profundas, nos temas e preocupações mais importantes.

Não quero ser demais.
Não quero ser a-que-só-serve-para-de-vez-em-quando, mas acima de tudo não gosto de estar com quem não confia em mim para desabafar, com quem segreda entre si como se eu não estivesse presente... Como é desagradável ter de fingir que não se está lá!

Por isso tento, e tento outra vez, ser completa se não estiver com eles, conseguir estar sem eles, estando com aqueles que estão mesmo lá e a quem, porventura, há uns tempos não dei valor.
E, apesar de por vezes me ir abaixo, apesar de serem inevitáveis alguns tempos de solidão, os momentos que passo com uns e outros, amigos temporários ou eternos, têm sido tão bons que só posso estar feliz com esta mudança que impus a mim mesma.

Mudar é preciso, corrigir o que sabemos que está errado há muito tempo mas que implica decisões que, na verdade, não queremos tomar. Mas quando sabemos que é o melhor para nós... apercebemo-nos, com o tempo, de que ficamos mais fortes, completos, felizes.


[não vou obrigá-los a ter-me sempre com eles, porque os adoro. non-sense? ...]

7 de janeiro de 2008

When she's down and troubled and she needs a helping hand...

She feels lost in her own feet.

She cares about her friends,
and hopes that they don't forget who she is...
But some of them just keep disapointing her.

Some old friends, once "friends for life",
are now like passing strangers,
and worse, some of them are acting like her enemies - "Enemies??"

She thought she would never have to use that word...
She fears that this frightening word, Enemy,
might be, one day, part of her daily vocabulary,
And she trembles with that awful feeling.

The main question in this tricky matter is:
This girl just wants to be happy,
enjoying every moment with the people she loves,
to cherish and hold on tight to one second of laughter
with someone who loves her.

In her mind and her own fantasy world,
this is the beautiful simplicity of friendship...
And who are they to take away her dreams?
Who are they to destroy this (utopic?) need
to feel safe and secure with them,
to be sure
that she's never going to be let down
by someone she cared about so much?

The one thing that is sure for her
is that not everyone of them are gone.
Some people, that unexpectedly she ended up loving so much
are still there, not always, not in presence.
But when they're there, they're hers and hers only.

And she smiles because she knows they're watching her, wherever they are.

=)