22 de março de 2008

Gritos mudos

Penso e torno a pensar.
Não consigo, ainda assim, encontrar razões para este estado em que me encontro.
A tristeza e a solidão não cessam, e não sei porquê.
A chuva miúda e a escuridão do céu são apenas o que vejo com clareza, materializando o que sinto. Eu, eu só queria o sol.
Não quero a chuva que se dissolve na minha mente atormentada, não quero o vento que corrói o meu corpo com o tédio dos dias, não quero a escuridão que se abate sobre mim pela ausência daqueles de quem preciso.
Grito por dentro, esperando estupidamente que alguém ouça o que estou a sentir. Nada é o que tenho, o que me dão, o que eu posso dar. E nunca quis tudo.
Quero apenas saber que alguém está lá quando os dias são sombrios, que alguém me afaste da tempestade no meu interior. E não obtenho resposta.
Não me ouvem, não sentem que estou aqui, inerte, à espera de algo que me distraia de mim.

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